Escrevo porque existo, existo porque as palavras fazem vida na minha boca, escrevo para dar vida às palavras.
Escrevo para dar vida à sentimentos, transbordar, idéias, fazer poesias com o dançar da vida, calvagar com os verbos, as sílabas, brincar com o português.
Escrevo para criar marcas no peito de quem lê, para surrupiar ideias da mente, para dizer sobre livros que li, sobre coisas que vivi, sobre sentimentos que senti, sobre amarguras que passei.
Escrevo porque ando devagar e sempre tenho pressa, a ansiedade me corrói os ossos.
Escrevo porque sou amostrada, não se aveche não que gosto de chegar na frente, passar por onde tem gente, amarrar as alças da vida nos pés e nas mãos. Com os pés ando e descubro o mundo, com as mãos escrevo o que aprendi, o que descobri.
Escrevo para curar a seca, desamargurar a dura fúria nas minhas palavras amargas. de que vê dor e pinta com o lápis o que tem que ser escrito com caneta.
Escrevo porque hei de um dia não mais existir e quero deixar minha marca com as digitadas na sociedade e articular na letra o que é doer e o que só é de sentir.
Escrevo porque a alegria me consome em dizer o que nem sempre sinto, mas transmito no ser.
Escrevo para que as palavras anseiem por mais e para que eu viva tempestuoso e disperso, mas sempre alerta e intenso.
Escrevo porque as lágrimas me costumam demorar, e as risadas quando das boas duram um tanto, que outras nem sempre irão durar.
Escrevo para lamentar, para glorificar.
Escrevo para mim, escrevo para o outro. escrevo para ninguém.
Ps: Ingrid Marinho.