As dores do meu peito, dores que sinto e não tem jeito, é difícil de escapar, difícil de lidar, faz parte do meu ser dançar essa vida…
Sinto tantos medos e há tanta confusão dentro de mim, preciso apontar para o meu peito e falar calma, te respeito e quero seu bem.
Não há dor maior que rejeitar essa alegria que vive dentro de você, querendo te despertar, não há nada mais injusto que viver morto e petrificado estando tão vivo.
A dor que cabe no meu peito, não me faz perder o respeito que tenho por nosso amor e por você, mas a dor que cabe no meu peito não quer dizer que me sinto bem e feliz em ser assim, me sentir uma doente sem causa e sem fim.
Meu amor por você não tem fim, ainda que as estrelas caissem do céu e a terra perdesse seu firmamento, ainda que as risadas não mais existissem e as lágrimas não mais incomodassem, ainda que os medos não fossem reais e que a graça não tivesse nenhuma graça eu seria completamente apaixonada por você.
E doer nunca valeu a pena, mas viver vale mesmo com a dor, sentir nunca foi tão duro, mas existir sempre foi perpétuo.
O que há dentro de mim sempre transborda por toda parte e não tem pra onde correr, quando quero algo sempre quero, quando amo alguém sempre espero pelo melhor, ainda que sofra antecipadamente pelo pior.
Às vezes não dá para evitar ser apaixonada pelo acaso que é viver a vida por a caso, sem medo ou não de errar ela vale a pena e realmente acredito no que diz Fernando Pessoa, tudo vale à pena se a alma não é pequena!
Sempre vou amar mesmo na inconstância das manhãs, nas noites mal dormidas, nos dias que me perder ou chorar, sempre vou procurar onde reclinar minha cabeça no seu peito.
Ainda que me canse, vou dançar a dança da vida, despertar a ferida aberta e jogar fora os germes que nela estão, limpá-la, deixar cicatrizar e voltar a me encontrar e a viver bem dentro de mim.
Te amo, e só sei que te amo porque me amo também.